sexta-feira, 6 de julho de 2012

Gravidez ajuda mulheres pararem de fumar

Os fumantes representam 14,8% da população brasileira, de acordo com a última pesquisa do Ministério da Saúde sobre o tema, a Vigitel 2011. Entre as mulheres, o percentual é de 12%, só que elas contam com um dos mais decisivos motivos para abandonar o vício no cigarro: a gestação.
Há quase 20 anos a jornalista Inês Pereira não fuma. Apesar das inúmeras tentativas, ela decidiu parar definitivamente quando ficou grávida pela primeira vez.
— Tomei uma decisão interior: a criança dentro de mim não tem culpa do meu vício. Não posso simplesmente despejar um monte de fumaça nela, e por isso parei de uma vez. Foi a única razão na minha vida que me fez parar de fumar: ter um filho.
A assistente de vendas Lélia Coutinho, de 42 anos, descobriu em sua segunda gestação que deixar de ser fumante era possível:
— Grávida do meu primeiro filho, eu enjoei do cigarro. Na segunda gravidez, eu não enjoei, mas parei por consciência. Eu não queria fazer mal à minha filha. Além disso, fiz as contas do gasto que eu tinha e vi que não valia a pena, era um prejuízo financeiro e para minha saúde.
Fumando na gestação
Ao contrário do que muita gente acredita, fumar é considerado dependência química pelos médicos. Em 2011, o Ministério da Saúde investiu R$ 33 milhões na compra de medicamentos para o tratamento de 340 mil fumantes. É por isso que, mesmo gestantes, as mulheres encontram dificuldade parar abandonar o vício.
Grávida de cinco meses, a operadora de caixa Liliane Willys, 28 anos, trava diariamente uma luta contra o tabagismo. Pela primeira vez, ela tomou consciência que “não tem controle sob o vício” e assume suas recaídas.
— Há uns três dias atrás eu acendi um cigarro. Fumo escondido, morrendo de culpa. Daí vem aquele mal estar e apago. Não tive coragem nem de me abrir com a minha médica. Acho que a maioria das gestantes fazem isso, elas omitem que fumam.
O doutor Mario Martinez, que é chefe da equipe de ginecologia e obstetrícia do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, defende que os médicos não devem “brigar” com suas pacientes.
— Dar bronca não é solução, e sim orientá-las sobre os riscos. O cigarro causa uma dependência química, é complicado. Muitas pacientes tem um grau de dependência maior.
Ele diz ainda que tenta convencer as mulheres de abandonarem o vício esclarecendo todos os problemas que um bebê de mãe fumante pode vir a sofrer.
Consequências do tabagismo no bebê
As principais consequências do tabagismo estão relacionadas à placenta, que envelhece precocemente, ocasionando nascimentos prematuros e todas as suas sequelas (como bebês com pouco peso e mais frágeis, já que não se desenvolveram plenamente).
O obstetra alerta para riscos mais graves:
— Mães que fumam na gestação podem vir a ter bebês com problemas pulmonares. Além disso, como substâncias são trocadas com o feto através do sangue, ele pode receber nicotina. Essas crianças têm tendência a fumar futuramente, já que a nicotina causa dependência.
Ainda não existe tratamento especializado para gestantes fumantes, mas o médico aconselha que as futuras mamães fujam da ociosidade, pois a ansiedade é o principal motivo do tabagismo.
Além disso, o apoio da família é fundamental, sobretudo dos parceiros. Eles devem evitar fumar perto da mulher ou levar cigarro para casa, e também podem contribuir com o médico da gestante, conversando sobre o vício da parceira e como ajudá-la. 
Fonte: R7.com

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